Pinto, S. R. B. (2017). O Storytelling como processo pedagógico de apropriação artístico-cultural: viagem na obra de Hieronymus Bosch mediatizada por uma superfície tangível
O projeto que aqui apresentamos parte do desenvolvimento de um protótipo de uma solução multimédia que tem por objetivo criar um novo modelo de comunicação para ser utilizado nos museus de arte. Como benefícios da utilização do modelo que aqui apresentamos surge o impacto gerado na construção das aprendizagens significativas relativamente à leitura e na consolidação do conhecimento sobre a obra de arte. Este processo de aproximação e ligação com as obras permite um maior envolvimento dos públicos e sugere o desenvolvimento de experiências individuais e/ou de experiências colaborativas que podem ser continuadas no tempo e no espaço virtual, nomeadamente, no Facebook. Desta forma, espera-se constituir com este modelo uma espécie de laboratório criativo, onde as pessoas podem adotar uma postura crítica, criativa e sobretudo experimental. É no domínio da ação que esperamos que o público dantes encarado como mero espectador possa viver no museu uma experiência significativa, em que ele próprio pode realizar as suas obras e posteriormente partilhar na rede. A aplicação permite a apropriação da obra e encontra-se configurada de acordo com a lógica da assemblagem e da colagem tão conhecida e explorada pelas comunidades ligadas às artes visuais, às artes plásticas, à fotografia, aos novos media e até à literatura. Para o desenvolvimento deste projeto selecionamos a obra do pintor Hieronymus Bosch. A componente narrativa da obra deste pintor inspira a criação de enredos e histórias que se perdem e se cruzam nos diferentes cenários. A atualidade do imaginário fantástico que povoa a sua obra é por si só elemento de ligação/conexão com os indivíduos dos nossos dias e por isso recuperado para a realização dos primeiros ensaios deste protótipo que é desenvolvido recorrendo à linguagem Processing. Na aplicação os sujeitos podem interagir com a obra, manipulando-a e transformando-a numa outra, a partir da elaboração de composições individuais ou colaborativas. Por fim, o objeto criado, pode ser difundido nas redes sociais e ampliar o quadro discursivo e de construção de conhecimento em torno da obra original assim como da nova imagem.
ANO
2017
AUTORES
Sílvia Raquel Barros Pinto