Martins, M.L. (2003). O poder das imagens e as imagens do poder
“É um facto que o dispositivo tecnológico em que consiste a televisão nos liga e desliga do mundo e dos outros. Simplesmente, tanto esta ligação como esta desligação são um efeito em nós do funcionamento da máquina. Ela liga-nos por acção de um aquecimento emocional e desliga-nos pela acção oposta de um arrefecimento. A imagem de produção tecnológica reconforta-nos numa calda de emoções. Mas o resultado é o de uma Cidade a viver anestesiada, sem “nenhuma espécie de compromisso com a época e com as ideias que a motivam” (Benjamin, 1993: 490), e a chafurdar, sem esperança, num quotidiano em que ninguém parece disposto a arriscar a pele.
Tenho vindo a acentuar o poder dos dispositivos tecnológicos de imagens: eles aparelham-nos esteticamente, reorganizando a nossa experiência em torno da nossa subjectividade e emotividade, modelam em nós uma sensibilidade artificial, uma sensibilidade que eu disse ser puxada à manivela, uma vez que esses dispositivos tecnológicos funcionam em nós como próteses de produção de emoções, como maquinetas que produzem e administram afectos”.
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ANO
2003
AUTORES
Moisés de Lemos Martins
EDITORES
Instituto São Tomás de Aquino