Da rua para o mundo: configurações do graffiti e do parkour e campos de possibilidades urbanas

“Partindo de um estudo etnográfico comparativo das práticas do graffiti e do parkour em Lisboa, Barcelona, Nova Iorque, Paris e Rio de Janeiro pretende-se argumentar que as mesmas são construídas pelos seus actores simultaneamente num plano local, a rua, e num plano global, o mundo. Das diversas articulações estabelecidas entre estes níveis emergem distintas configurações do graffiti e do parkour. Os espaços da investigação constituem campos de possibilidades urbanas distintos compostos por diferentes oportunidades e constrangimentos que derivam das histórias de desenvolvimento das práticas, da estruturação dos campos político, cultural e desportivo, assim como pelas trajectórias biográficas dos actores. Assim, coloca-se a hipótese dos projectos identitários construídos nas diferentes cidades serem influenciados pela estruturação dos campos de possibilidades em que os actores se movem. A par de uma abordagem sincrónica do problema a investigar materializada no trabalho etnográfico, privilegiou-se uma perspectiva diacrónica no sentido de compreender a história das práticas em relação com o respectivo contexto urbano. O objecto exigiu a construção de uma etnografia de fluxos que permitisse a análise da extrema mobilidade destes urbanitas dentro da sua cidade, mas também para fora dela, a uma escala metropolitana, mas também nacional e global. Realizou-se uma análise documental, assim como foi imprescindível efectuar uma recolha de informação no mundo virtual, onde são construídas múltiplas relações sociais, concorrentes para a recriação de diferentes configurações destas práticas”.

 

A tese de doutoramento está disponível aqui.

ANO

2011

AUTORES

Lígia Ferro