Da revitalização urbana na Lisboa pós-EXPO’98: os festivais de arte(s) no espaço público

Resumo: A presente tese insere-se na linha de investigação que relaciona as atividades culturais e o espaço público urbano, centrando-se especificamente nos festivais de arte(s) que decorreram na cidade de Lisboa após a EXPO’98. Entre a realização da Exposição Mundial e a atualidade regista-se um incremento destas iniciativas efémeras, num contexto de transformações culturais e urbanísticas profundas para a capital portuguesa. A partir das tendências de ‘festivalização da cultura’ e de ‘eventificação das cidades’, evidenciadas globalmente na Pós-modernidade, convoca-se a discussão sobre dinâmicas e políticas concretas no espaço lisboeta. Com efeito, os processos pelos quais se promove a revitalização da cidade (renovação, regeneração, requalificação) têm conhecido objetivos e resultados muito diversos, mobilizando com frequência as actividades culturais e os ‘eventos’, com especial destaque para o formato ‘festival de arte(s)’, ainda não devidamente estudados sob esta perspectiva. Assim, a presente analisa a evolução destes festivais no período espaciotemporal em causa e a sua participação em processos de revitalização urbana, aferindo limites e potencialidades no tocante ao desenvolvimento territorial. Propõe-se um modelo para a avaliação dos impactos deste tipo de iniciativa cultural nos territórios e comunidades, aplicado a três casos de estudo aprofundado – Festival TODOS, iniciativas da Associação Extra]muros[, Festival PEDRAS – , e que, desejavelmente, suscitará futuras avaliações ou investigações. Em suma, problematiza-se o relevante papel do ‘festival de arte(s)’ e os seus efeitos no âmbito da sobrevivência e reinvenção das cidades contemporâneas, mormente para Lisboa, procurando inferir alguns princípios genéricos de atuação para promotores, programadores e decisores, entre outros.

ANO

2022

AUTORES

José Miguel Pereira Concha