Arte e cidadania: Práticas e discursos de jovens artivistas em Portugal
Resumo: A literatura sobre juventude e participação política está a prestar cada vez mais atenção a formas mais alternativas e não institucionais de engajamento deste segmento [juventude]. O crescente distanciamento da esfera da participação institucional é a outra face dessas tendências que estão a se intensificar e por trás das descrições de alguns autores sobre os jovens como apáticos e apolíticos. Na realidade, os jovens pensam e agem politicamente em campos onde as esferas privada e pública se misturam, e que envolvem entretenimento, lazer e sociabilidade. Fora da esfera política normativa, que está embasada em uma visão de mundo centrada em adultos, os jovens constroem novas formas de intervenção que surgem de um questionamento do mundo, do exercício do poder e de diferentes formas de desigualdade. As práticas artísticas e criativas têm funcionado como dispositivos cruciais para os jovens garantirem um espaço na esfera pública. Neste artigo, emprega-se o termo artivismo para refletir sobre como eles [jovens] articulam essa combinação de arte e intervenção cívica. O artigo se baseia em um projeto desenvolvido em Portugal que envolveu entrevistas/inquéritos em profundidade com jovens entre 14 e 35 anos envolvidos em múltiplas causas. A análise de seus discursos permitiu desenvolver uma tipologia de funções que são atribuídas ao artivismo.
Publicado no European Journal of Cultural and Political Sociology, Volume 11, Issue 2. Para aceder ao artigo, clique aqui.
Artigo escrito pelo autor Ricardo Campos, do Centro Interdisciplinar de Ciências Sociais da Universidade NOVA de Lisboa e membro da Passeio.
Imagem: Acervo Passeio
ANO
2023
AUTORES
Ricardo Campos
EDITORES
European Journal of Cultural and Political Sociology, 11:2