Cafés e vida quotidiana
O consumo de café no Chipre é um ‘ritual social’ que ocorre como parte da vida quotidiana. De facto, é uma prática quotidiana na medida em que se torna uma característica da identidade nacional local.
Os auto-diálogos I-VI são seis poemas visuais produzidos com base nessa prática, bem como nas configurações interiores e na colocação de pessoas em cafeterias. As mensagens verbais derivam de pensamentos e memórias pessoais que, embora sejam acionadas pelo espaço, também são inspiradas pelo cheiro interior do café, pelas vozes circundantes, pelas cores, pela iluminação e pelos ruídos que coexistem. Similarmente a declarações poéticas abstratas, estas dialogam consigo mesmas e visam questionar o que são sonhos, o valor do tempo, a morte, a perda, a identidade e a ausência.
Notas:
1. As fotos originais foram tiradas por Sophokles Karpasitis, enquanto a manipulação da imagem, texto, tipografia e layout do design gráfico são da autoria do designer Evripides Zantides.
2. Tradução dos textos em grego inscritos nas imagens:
Auto-diálogo I: um sonho… e mais um.
Auto-diálogo II: a morte corteja-me o dia todo… Eu pisco-lhe um olho.
Auto-diálogo III: três dias de trabalho…um, dois, três.
Diálogo próprio IV: hoje perdi algo que nunca tive… é duplamente doloroso.
Diálogo próprio V: Eu toquei-te autonomamente no espaço-tempo… vês como é sentir o que é ser outro?
Auto-diálogo VI: três azeitonas de Kalamata… de repente elas foram roubadas!
Evripides Zantides, 01/2020
LATITUDE: 35.126413
LONGITUDE: 33.429859