31 Jan, 2024
Ágora de Cá_O que pode a arte? | Reunir, Repartir, Redistribuir?
No dia 31 de janeiro de 2024, pelas 18:30 teve lugar na zet gallery a segunda sessão do ciclo Ágora de Cá, da série “O que pode a Arte?” e que teve como subtema “Reunir, Repartir, Redistribuir?” e um debate sobre o papel da arte comunitária nesta temática. A sessão, moderada pelo jornalista Abel Coentrão, teve como oradores o investigador Josep Maria Aragay Borràs; Hugo Cruz, dramaturgo e curador de arte; Gabriela Gomes, coordenadora do projeto de arte comunitária, financiado pela Gulbenkian, “Por um galho“; a socióloga e colaboradora da Passeio Teresa Mora; e a artista Sandra Baía.
O projeto tem organização da zet gallery em parceria com a Passeio, com o apoio do dstgroup e do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho.
Notas biográficas
Investigador/professor e coordenador de projetos de arte comunitária. Vive em Barcelona.
É o responsável do projeto “Basket Beat” e do Festival de Artes Comunitárias da Catalunha (FAACCC).
“‘Basket Beat’ é uma proposta que, desde 2009, acompanha e problematiza processos educacionais, sociais, comunitários e políticos por meio da música em grupo e com bolas de basquetebol, respondendo ao que é conhecido como música comunitária. A oficina é uma atividade educativa, coletiva, corporal e artística em que se gera um espaço de novas formas de relacionamento social por meio de diferentes dinâmicas de grupo e experiências musicais que, ao mesmo tempo, são o instrumento para gerar situações, diálogos, aprendizagens e questionamentos ao redor do mundo que construímos juntos.”
É autor do livro “As artes comunitárias desde a educação social. A experiência Basket Beat.”
HUGO CRUZ
Doutorou-se na Universidade do Porto com o tema “Práticas Artísticas Comunitárias e Participação Cívica e Política: experiências de grupos teatrais no Brasil e em Portugal”; é pósgraduado em Teatro Social e Intervenção Sócio-Educativa na Universidade Ramon Llull (Barcelona) e tem formação em dramaturgia na Académie Internationale des Arts du Spectacle (Paris), Centro Teatro do Oprimido (Rio de Janeiro) e Odin Teatret (Dinamarca). Publica e leciona nos contextos nacional e internacional nas áreas da “criação artística e espaço público”, “práticas artísticas e participação”, “arte e comunidade” e “políticas culturais”. É professor convidado na Escola de Artes da Universidade de Évora e investigador no CIIEUniversidade do Porto e CHAIA-Universidade de Évora. Coordenou os livros “Arte e Comunidade” (2015), “Arte e Esperança” (2019), “Arte, Reinvenção e Futuros” (2023) editados pela Fundação Calouste Gulbenkian e a autoria de “Práticas Artísticas, Participação e Política” publicado em Portugal (2021), Brasil (2022), Espanha, México, Colômbia, Argentina e Chile (2023). Integra a equipa de avaliação externa da Iniciativa PARTIS / Art for Change – Fundação Calouste Gulbenkian/Fundação BPI/La Caixa. Foi diretor artístico do MEXE – Encontro Internacional de Arte e Comunidade e Festival Imaginarius, entre outros projetos de curadoria, e de diversos projetos teatrais em coconstrução com comunidades locais, principalmente em Portugal, Espanha e Brasil. Desenvolve consultadoria e formação em diferentes âmbitos – municípios, festivais e fundações (e.g.: Festival de las Arts Comunitàries de Catalunya, Candidatura Capital Europeia da Cultura Braga 2027). É cofundador da MEXE, Pele, Núcleo do Teatro do Oprimido do Porto e Nómada – Art & Public Space.
GABRIELA GOMES
Coordenadora do projeto de arte comunitária, financiado pela Gulbenkian, “Por um galho“, projeto com uma dimensão ecológica e social, que conta com a participação de comunidades locais e integra as artes visuais.
Colaboradora da Passeio. Socióloga. Em 2007, concluiu o doutoramento em sociologia na Universidade do Minho, onde é atualmente docente, no Instituto de Ciências Sociais.
Tem trabalhado sobre temas como teoria social e utopias sociais; práticas colaborativas entre arte, ciência e filosofia; práticas artísticas de participação e intervenção social.
Tem feito investigação em arte e cultura e conhece bem alguns dos projetos de arte comunitária e artistas em Portugal, tendo nomeadamente colaborado, em diferentes níveis, com Hugo Cruz e Tiago Porteiro – (Teatro, ELACH UMinho) e Manuela Ferreira.
SANDRA BAÍA
Sandra Baía, artista plástica, apresenta na zet gallery a exposição “Cicatriz.”.
Nasceu em Portugal em 1968 e, após uma infância passada em África, regressa ao país para ingressar na Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa (1999). Mantém a sua residência na capital, onde insere, também, o seu atelier de trabalho.
Na sua obra, pretende explorar a interação dos observadores com as obras que cria, obtendo não só uma reflexão sobre a obra, mas uma reflexão sobre nós mesmos, naquela instância. Na sua carreira de artista, inicia o seu percurso na área da pintura e posteriormente avança para uma vertente mais escultórica e da instalação.
Com um pequeno fascínio pela arquitetura, Sandra Baía explora as capacidades dos materiais, de forma a poder moldá-los e adicionar à sua criação artística. Apesar de recorrer a materiais industriais, mais pesados e duros, tem como propósito suavizar o material. Por vezes, podemos encontrar a exploração da “Palavra” nos seus trabalhos, reinterpretando e dando características variadas às suas obras.
ABEL COENTRÃO
Moderador nesta conversa.
Natural das Caxinas, Vila do Conde, nasceu em 1973.
Licenciado em Comunicação Social na Universidade do Minho, Braga, em 1998.
Atualmente, frequenta o Mestrado em Planeamento Regional e Urbano na Universidade de Aveiro.
Jornalista desde 1999, trabalha múltiplas áreas como urbanismo, mobilidade, ambiente e desenvolvimento regional.
Depois de 20 anos como jornalista do PÚBLICO, deixou o quadro do jornal em maio de 2022. No entanto, continua a colaborar com alguns trabalhos sobre os seus temas de especialização – cidades, mobilidade urbana, desenvolvimento sustentável.
Tem desenvolvido outros projetos editoriais na área da cultura marítima com a Bind’ó Peixe – Associação Cultural, organização que desenvolve projetos de salvaguarda e valorização da cultura marítima, neste e noutros concelhos do norte de Portugal.
Tem um interesse antigo pelas comunidades piscatórias de Caxinas, com livro a sair sobre o assunto e perfil de ex-jornalista do Público, onde trabalhou durante muitos anos, ainda que atualmente se mantenha como colaborador.